Fabricado pela Toyota em São Bernardo do Campo (SP) desde 1962, o jipe
Bandeirante deixou de ser produzido no final de novembro de 2001, para tristeza
dos aventureiros.
Sua história de mais de 40 anos começa nos primeiros
meses de 1958, quando passou a ser montado como Land Cruiser, no bairro
do Ipiranga, em São Paulo (SP), com peças importadas do Japão. Usava
motor 4.0 de seis cilindros, movido a gasolina, e já tinha a robustez
que formou sua legião de fãs.
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Nacionalizado, o Bandeirante passou a ser equipado com motor diesel
fabricado pela Mercedes-Benz (OM 326), substituído em 1973 pelo motor
OM 314 e posteriormente pelo OM 364. Finalmente, em abril de 1994, o
jipe da marca japonesa recebeu o motor Toyota 14B, que o equipou até
ter sua produção encerrada. Ao longo do caminho trilhado por mais de 40
anos, o Bandeirante sofreu poucas mudanças, tanto estéticas quanto
mecânicas.
As principais evoluções ficaram por conta do câmbio de cinco marchas,
dos freios a disco (ventilados nas rodas dianteiras) e do sistema
modulador de freio da versão picape. Seguindo uma ordem cronológica, o
câmbio com marchas sincronizadas veio em 1981, a válvula equalizadora
das picapes em 1993 e os freios ventilados apenas em 1996.
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Uma das primeiras alterações do visual foi o emprego de uma nova grade
do radiador, há vinte anos. Depois disso, as novidades estéticas
resumiram-se à adoção de novas cores.
A reforma mais significativa
aconteceu em 1989, quando o Bandeirante ganhou faróis retangulares,
grade de plástico preto, filtro de ar seco e novo sistema de
escapamento. Por dentro, o marco da principal mudança foi o emprego de
um painel de instrumentos reformulado e mais completo, em 1985.
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Em meados de 1999 o jipe nacional mais vendido até hoje ganhava versão
picape cabine dupla e atingia a marca das 100 mil unidades produzidas,
feito comemorado com o lançamento da série especial "Sport". Pintado de
amarelo, o modelo comemorativo vinha com capota de lona, grafismos "Off
Road 4x4" nas laterais e com rodas cromadas de aro 16. Na lista de
equipamentos, itens como bancos individuais com encosto de cabeça para
os cinco ocupantes, toca-fitas e eixo traseiro flutuante já estavam
incluídos.
O final da produção da linha Bandeirante foi marcado por uma cerimônia
interna que reuniu a diretoria da empresa e os cerca de 500
funcionários da unidade. A decisão de dar um fim ao primogênito da
Toyota brasileira deveu-se à inviabilidade técnica para mantê-lo em
linha de produção dentro das exigências da lei de emissões de
poluentes, que será mais restritiva para os utilitários a partir de
2002.
Segundo as palavras do superintendente da planta de São Bernardo do
Campo, Tetsuo Taniguchi, "o Bandeirante vai deixar saudade, mas ainda
será possível vê-lo por muitos anos desbravando esse Brasil". O jipe é
o mais utilizado pelo exército brasileiro, guardas florestais e por uma
legião de civis com espírito aventureiro.
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Texto: Carlos Guimarães (Carsale - Clássicos)
Data: 12/2001
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